Australiano, nascido em 1958, é conhecido por suas esculturas, algumas delas monumentais, de figuras humanas extremamente parecidas com a realidade, capazes de iludir o observador. Filho de uma família alemã de fabricantes de brinquedos, o artista desde criança conviveu com técnicas de criação e animação de bonecos, mas nunca teve uma formação artística tradicional. Passou anos trabalhando com efeitos especiais e animação de personagens para televisão, cinema e publicidade. Começou a se dedicar mais à produção artística na década de 1990, após colaborar com sua sogra, a também artista Paula Rego, na produção de pequenas figuras para uma exposição dela em Londres.
É conhecido por utilizar diversos materiais e técnicas para criar suas esculturas, tais como fibra de vidro, silicone e acrílico, a partir de um primeiro modelo em argila. Veias, unhas, pelos e outros detalhes são reproduzidos com perfeição.
Máscara - 2001/2002
Aqui, Ron Mueck retrata seu próprio rosto, ou seja, faz um autorretrato, em dimensões ampliadas. Em uma declaração sobre esse trabalho, Mueck disse: "a única maneira de eu realizar um fragmento seria eu fazer uma máscara, porque uma máscara é uma coisa inteira em si mesma. Eu não poderia fazer uma cabeça decapitada ou um meio corpo. Eu tenho de acreditar no objeto como uma coisa completa...Uma máscara já é completa"
À Deriva - 2009
Aqui, vemos um homem confortavelmente boiando; a sugestão da água se dá pela imensa parede pintada de azul. A figura representada, no entanto, não parece esboçar nenhuma reação ao que lhe acontece. Estaria no ambiente controlado de uma piscina? O título da obra remete a estar sem rumo, ao sabor da corrente, entretanto a vestimenta do personagem e mesmo o colchão inflável que usa como meio de flutuação sugerem um ambiente controlado e até prazeroso.
Mulher com as compras - 2013
Nesta obra não há a idealização do amor materno que costumamos ver nas representações desse tema. Atente para a expressão desgastada da mulher e sua aparente indiferença em relação à criança que a encara; veja também suas mãos, que não a tocam, ocupadas em carregar as compras.
Natureza Morta - 2009
Pode-se pensar, no caso desta obra, que a associação feita pelo artista é bastante literal, já que a escultura retrata um gigantesco frango morto tendo em seu pescoço a marca do corte que lhe tirou a vida. Note as diferentes texturas de pelo do animal, bem como a flacidez dos músculos sem vida.
Homem em um barco - 2002
Aqui, um homem pequeno apresenta-se nu na proa de um barco em tamanho natural, de braços cruzados, olhando com preocupação seja lá o que for que vem pela frente. Seu olhar não se cruza com o do público no espaço da exposição, e sua expressão parece transmitir a incerteza frente aos fatos ao seu redor. O modelo pra esta obra foi o pai do artista.
Jovem Casal - 2013
Muitas vezes as esculturas feitas por Mueck representam figuras que parecem congeladas em uma situação banal do cotidiano, estimulando nossa imaginação a criar histórias sobre elas. Aqui, a narrativa que criamos apresenta contradições conforme nos deslocamos ao seu redor. A aparente tranquilidade do casal diante de nós parece ser desmentida pelo gesto que se vê às costas.
Mulher com galhos - 2009
Dependendo do ângulo do qual é vista, a figura parece nos olhar de volta, como se estivesse viva e consciente de nossa presença ao observá-la. Nesse sentido, esta escultura difere de grande parte das obras de Mueck, que em geral apresenta figuras solitárias, aparentemente concentradas em seu próprio mundo.
Casal debaixo do guarda-sol - 2013
Esta é uma das três obras inéditas apresentadas nesta mostra, desde sua primeira montagem em Paris.
A escala desta escultura nos faz sentir pequenos e, ao mesmo tempo, nos assombra pela aparente humanidade do casal.
Juventude - 2009
Nesta obra o gesto da figura nos confronta com uma tensão explícita, a memória de uma violência física recente que é a ferida sangrando nas costelas de um jovem negro. Embora solitária, a figura remete a uma relação hostil com o outro.
Seu rosto não parece expressar raiva, mas sim espanto.
- A exposição fica até 22 de fevereiro de 2015 na Pinacoteca do Estado
de 3a a domingo, das 10h às 18h - entrada até às 17h30
5a das 10h às 22h, com entrada gratuita a partir das 17h
Praça da Luz, 2
Tel: (11) 3324-1000
Estação Luz do Metrô - Linha Azul
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